Projeto Municípios Prato Cheio é lançado pela Confederação e parceiros Administrativa
Criar um fundo financeiro para a compra e a distribuição de itens essenciais, como alimentos e produtos de limpeza e higiene. Esse é o objetivo do projeto Municípios Prato Cheio para o Desenvolvimento, lançado nesta sexta-feira, 17 de julho, durante uma transmissão on-line nas plataformas digitais da Confederação Nacional de Municípios (CNM). A iniciativa conta com o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a parceria com a Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp), a Associação os Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon), a Fundação Banco do Brasil (FBB), a Confederação das Associações Comerciais do Brasil (CACB) e a Fundação Hermann Hering.
Primeiro a falar sobre a iniciativa, o presidente da CNM, Glademir Aroldi, agradeceu a participação das entidades parceiras em nome do movimento municipalista, especialmente dos Municípios brasileiros, que enfrentam grandes desafios neste momento atual. “É muito bom ter parceiros tão importantes nessa empreitada”. Ele explicou que o projeto nasceu da sugestão da diretoria e do Conselho Político da CNM e foi fortalecido e aprovado pelos gestores de todo o país durante assembleia virtual realizada pela entidade, mostrando a relevância e a necessidade da iniciativa. “O projeto tem alguns critérios e esperamos poder atender o maior número de Municípios possível. Já temos recursos disponibilizados para atender um número significativo de famílias, cerca de cem a 200 mil famílias”, disse.
Em seguida, o diretor técnico do Sebrae, Bruno Quick, reforçou a importância da parceria. “Essa força que nós temos em juntar instituições em torno de um propósito comum. Esse é um caminho que nós precisamos cada vez mais mostrar para o Brasil. Precisamos ter essa clareza de propósitos que têm relevância para a sociedade e também essa capacidade de unir instituições e trabalhar de forma concatenada, para poder cumprir esse papel”. E explicou o projeto: “a ideia desse programa está contida no próprio nome, mas temos a responsabilidade de suprir as necessidades básicas da população como alimentação e higiene neste momento crítico que o Brasil atravessa”.
Solidariedade
Representando a Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon), o vice-presidente de Relações Institucionais, Renato Rainha, parabenizou a iniciativa e falou sobre a honra de poder apoiar os cidadãos do país neste momento de dificuldade. “Eu quero expressar meu orgulho e minha alegria em participar de um projeto em que o objetivo principal é levar solidariedade ao nossos irmãos mais necessitados, aquelas pessoas que foram mais atingidas pelas consequências nefastas da pandemia”, destacou. “A entidade dará ainda mais transparência e credibilidade à ação encabeçada pela CNM”, completou.
A visão foi reforçada pelo presidente da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp), Manoel Murrieta. Ele destacou os desafios do país neste momento e lembrou a importância do projeto. “Nós vivemos um grande desafio em um momento inesperado para todos. Um cenário triste, um cenário de desespero, de angústias e de dificuldades, mas é nessas horas que nós temos a capacidade de nos reinventar. E este projeto é o compromisso de todas essas instituições que estão aqui presentes de ajudar, de ser solidário, mas, sobretudo, de mostrar que estamos prontos para lutar por dias melhores, de ajudar o próximo, e o país. Temos claro que essa situação vai passar, mas os prejuízos e dificuldades ficarão como nossos desafios. Nós viemos aqui neste lançamento agradecer a possibilidade de estar de mãos dadas nesta ação”, apontou.
Solidariedade
Responsável pela operacionalização do projeto, a Fundação Banco do Brasil (FBB) esteve representada pelo presidente Asclepius Ramatiz Lopes Soares, que deu um depoimento emocionado acerca do momento vivido por milhares de famílias. “Desde abril temos tido depoimentos muito fortes, pois estamos passando por um momento muito complicado, e o fato de estarmos juntos prova isso. Recentemente, recebemos o relato de uma entrega de cesta que fizemos em que uma criança falava: mãe, hoje nós vamos ter comida. Olhe como isso é forte. Estamos vivendo um momento em que pessoas estão passando fome. E quando a gente percebe que uma criança passa fome é algo que transpassa a nossa alma”.
E contou como conheceu e aceitou participar da iniciativa. “Entendendo o momento que estamos vivendo, adoramos esse projeto de ajuda voluntária. Eu acredito tanto nesse projeto que também estamos investindo muito nesse projeto e vamos trabalhar com todo afinco para que esse recurso chegue da forma mais rápida a população que mais precisa”, lembrou.
Vida nos Municípios
Já o vice-presidente de agronegócios e governo do Banco do Brasil, João Pinto Rabelo Júnior, lembrou que a vida acontece nos Municípios e que o cidadão precisa ser atendido. “O cidadão está no Município e é lá que se sente a dor e é lá que o prefeito sente as verdades. Mas a sensibilidade e o desejo de aplicação desse projeto são demais. E gostaria de agradecer ao presidente Aroldi e ao Conselho Político da CNM que foram fundamentais para que a gente chegasse nesse momento hoje”, avaliou.
O presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), George Pinheiro, avaliou que o projeto vai fazer chegar alimentos aos mais necessitados. “A iniciativa da CNM, junto com os parceiros, é muito importante, e vamos acompanhar de perto para que possamos fazer o mínimo para que o Brasil passe por essa fase. Nós temos uma responsabilidade que é fazer que nenhum cidadão brasileiro passe fome”, destacou. Ele também lembrou que a primeira associação comercial do Brasil surgiu há exatamente 208 anos, “fazendo exatamente o que está propondo agora, primeiro defendendo o empresário brasileiro e depois compartilhando com a sociedade tudo o que se produz”, afirmou.
Aroldi, ao encerrar o evento, ressaltou que “esse é um projeto do Brasil. Ele transcende todas as instituições, todas as pessoas que sugeriram e propuseram. Ele vai muito além disso tudo. Então, muito obrigada a todos vocês. E que a gente possa criar estrutura suficiente para vencer esse momento tão difícil da vida da população brasileira e mundial”.
Como funciona o projeto
O dinheiro das doações será centralizado na Fundação Banco do Brasil, que repassará através de cartões Alelo os recursos para as Associações Comerciais, que efetuarão as compras no comércio local e realizarão a distribuição para as famílias beneficiadas. Com isso, além de atuar para mitigar os efeitos sociais da pandemia, o projeto fortalece a cultura de solidariedade e da compra local.
Na primeira fase, 30 Municípios serão beneficiados, no critério de IDH muito baixo (confira aqui). A segunda fase abrangerá 1.315 cidades com IDH baixo. Por fim, a terceira fase chegará a 2.054 Municípios, que têm IDH médio. Todas as localidades se enquadram no limite populacional de 50 mil habitantes. Além da CNM, a Fundação Banco do Brasil e a Fundação Hermann Hering já são doadores institucionais do projeto. A iniciativa busca coordenar suas ações com outras iniciativas semelhantes como as promovidas pela CNBB e Cáritas e também com o projeto Pátria Voluntária, de forma a aumentar a sua abrangência em todo o Brasil.