SAÚDE NA FOLIA Entenda como irão funcionar as unidades de saúde estaduais no Carnaval Municípios
Repórteres: Davi Salsa, Josenildo Törres e Marcel Vital
Repórter Fotográfica: Carla Cleto
Durante todo o ano, mas, principalmente no Carnaval, as unidades hospitalares registram grande fluxo de pacientes. Com isso, a demanda aumenta por conta de problemas relacionados aos afogamentos em praias, insolação e intoxicação alimentar, assim como os acidentes de trânsito, associados ao elevado consumo de bebidas alcóolicas. Além, claro, dos casos que poderiam esperar por uma consulta médica após o feriadão. Mas, como saber qual unidade de saúde procurar? Maria da Penha César, gerente de Assistência Hospitalar da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), informa a melhor maneira de usufruir os serviços durante as festas de Momo.
Segundo a gerente de assistência hospitalar da Sesau, os atendimentos nos Ambulatórios 24 Horas Noélia Lessa, na Levada; Dom Miguel Câmara, em Bebedouro; Denilma Bulhões, no Benedito Bentes; Assis Chateaubriand, no Tabuleiro do Martins e João Fireman, no Jacintinho; bem como nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAS) do Benedito Bentes e Trapiche da Barra, acolhem, por sua vez, usuários para a realização de curativos, suturas, primeiros socorros e outros procedimentos que dispensam estruturas e recursos mais complexos para a execução.
Nestes serviços, podem ser atendidos pacientes com asma, convulsão, cólica renal e biliar, diabetes, diarreia, dengue, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), febre, virose, gastrite, traumas, acidente com material perfuro cortante e arma de fogo. Também devem ser atendidas pessoas que tenham sofrido mordidas de animais peçonhentos, reações alérgicas, dores abdominais, infecção urinária, envenenamento, vítimas de violências, dor de dente e no ouvido, intoxicação alimentar, virose e erupções na pele.
“Na maioria das vezes, este tipo de atendimento tem caráter resolutivo. Mas há casos em que, após a Classificação de Risco, os pacientes podem ser encaminhados para um internamento hospitalar, que necessite de exames de maior complexidade para que o tratamento seja concluído ou de uma cirurgia de emergência. Desta forma, todos os pacientes são beneficiados, de acordo com a complexidade de cada caso”, explicou.
HGE – Já os casos que devem ser encaminhados ao Hospital Geral do Estado (HGE) são os de maior gravidade ou aqueles que demandam atendimento de especialidades ou a realização de exames de maior complexidade. Isso porque, a unidade hospitalar é a única que trabalha com a Classificação de Risco, utilizando o Protocolo de Manchester.
Entre os casos que devem ser atendidos no HGE estão os Acidentes Vasculares Crebrais (AVCs), hemorragia digestiva alta, diabetes, hipertensão arterial (HA), perfuração por arma de fogo e por arma branca, traumatismo cranioencefálico (TCE), insuficiência cardíaca congênita e infarto agudo do miocárdio (IAM). Também devem ser considerados os casos de apendicite, acidente de moto, trabalho e carro, atropelamento, afogamento, queimados, traumas ortopédicos, tentativas de suicídio e todos os casos graves.
De acordo com Maria da Penha, ao chegar à unidade, o paciente é avaliado na Classificação de Risco e, após avaliação, será encaminhado para o atendimento médico, onde será internado ou submetido a procedimento cirúrgico, a depender do quadro clínico. Após essa avaliação inicial, o paciente recebe uma pulseira de identificação hospitalar com a cor correspondente ao seu quadro e segue para o atendimento ou aguarda o momento de ser atendido, conforme os critérios do Protocolo de Manchester.
“A implantação do Protocolo Manchester no maior hospital do Estado permite que os atendimentos sejam realizados com mais eficiência, já que, em se tratando de saúde, tempo pode representar a diferença entre salvar uma vida e perder um paciente. No Carnaval, onde os foliões se soltam, ficam mais tempo nos bares, praças e praias, e por conta disso, acaba aumentando o número de ocorrências na área de urgência e emergência. A população pode ficar tranquila que estamos preparados para recebê-los de forma adequada, caso precise do nosso atendimento”, garantiu.
HEA – Já no Hospital de Emergência do Agreste, localizada em Arapiraca, que tem o mesmo perfil do HGE, a equipe multiprofissional irá trabalhar seguindo escalas de plantão. Isso porque, segundo a gerente da unidade, Regiluce Santos, todos os anos, durante o período da folia de Momo, é registrado um aumento da demanda de atendimentos nas áreas de urgência e emergência.
“Nessa época, muitas pessoas exageram no consumo de bebidas alcoólicas e terminam se envolvendo em acidentes de trânsito, principalmente em colisões e quedas de motos”, revela. Ela salientou que, por conta disso, foi montado um planejamento específico para o abastecimento do estoque de medicamentos e de material cirúrgico, bem como a escala de plantões neste período, que começa a partir da tarde da sexta-feira (9).
Hemorrede – Responsável pelo abastecimento de sangue e hemoderivados para atender as maternidades e hospitais públicos do Estado, os Hemocentros de Alagoas (Hemoal) e Regional de Arapiraca (Hemoar) estão realizando uma campanha para captar doadores e formar um estoque estratégico que atenda a demanda transfusional do Carnaval. Para isso, até sexta-feira (9), às 17h30, o Hemoar irá funcionar normalmente, enquanto que o Hemoal Trapiche irá receber voluntários até às 17h do sábado (10).
Depois disso, os dois hemocentros só irá funcionar em regime de plantão para liberar o sangue às unidades de saúde. “Tanto o Hemoal quanto o Hemoar só retornaram a receber doações de sangue na quinta-feira (15). Por isso, solicitamos que, antes de pular Carnaval é importante se candidatar à doação de sangue, uma vez que nossos estoques estão abaixo do limite mínimo necessário”, salientou a assistente social do Hemoal, Raiara Andrade.