Varíola dos macacos: Saúde faz recomendações a profissionais e orienta grávidas a usarem máscaras e preservativos Municípios
O Ministério da Saúde recomenda o uso de máscara facial para prevenção contra a Monkeypox para gestantes, puérperas e lactantes. A recomendação está na Nota Técnica 46/2022 da Secretaria de Atenção Primária à Saúde, divulgada nesta terça-feira, 2 de agosto. O documento também orienta esse público a usar preservativo em todos os tipos de relações sexuais, uma vez que a transmissão pelo contato íntimo tem sido mais frequente.
Ao fazer as recomendações, a equipe técnica da pasta federal pontua o avanço da doença no Brasil e no mundo, com rápido aumento do número de casos associado à transmissão por contato direto e, eventualmente, por via aérea. A nota afirma que ainda há poucos dados sobre os efeitos da doença em gestantes e que são necessários mais estudos, mas que já se verifica que a infecção pelo vírus Monkeypox (MPXV) “pode levar a resultados adversos, como óbito fetal e abortamento espontâneo”.
Ainda de acordo com o documento, três grupos populacionais são considerados de maior risco para formas graves da doença: crianças menores de 8 anos, pessoas imunossuprimidas (independente da causa) e gestantes. Além disso, a Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece a transmissão materno-fetal, a partir da passagem placentária, originando a doença congênita e/ou por meio de contágio no contato íntimo, durante e após o parto.
O Ministério também recomenda – além do uso de máscara facial e de preservativo – que gestantes, puérperas e lactantes: afastem-se de pessoas que apresentem sintomas suspeitos como febre e lesões de pele-mucosa (erupção cutânea, que geralmente afeta o rosto e as extremidades e evolui de máculas para pápulas, vesículas, pústulas e posteriormente costras); estejam alertas para observar se sua parceria sexual apresenta alguma lesão na área genital e, se presente, não tenham contato; procurem assistência médica, caso apresentem algum sintoma suspeito, para que se estabeleça diagnóstico clínico e, eventualmente, laboratorial.
Equipes de saúde
O material reúne orientações importantes para as equipes de saúde sobre a varíola dos macacos no ciclo gravídico-puerperal. Além de abordar o diagnóstico clínico e laboratorial, a nota informa sobre os meios de transmissão da doença, protocolos nos ambientes de saúde, para profissionais de saúde e cuidados com os pacientes infectados, recomendações para isolamento e preocupações após a recuperação.
Especificamente sobre a abordagem com gestantes, puérperas e lactantes, o documento trata de como deve ser a testagem e o monitoramento de casos suspeitos e ainda sobre possibilidades de tratamento e orientações para o parto e a amamentação e cuidados com recém-nascidos de mulheres infectadas com o vírus. Sendo destacada as seguintes informações para os profissionais de sáude:
– gestantes devem ficar em isolamento domiciliar com acompanhamento pela equipe assistencial, em caso de doença com quadro clínico leve;
– as pacientes com casos de maior gravidade devem ser acompanhadas em regime de internação hospitalar;
– não há ainda protocolo de tratamento específico com antivirais no ciclo gravídico-puerperal;
– o monitoramento da vitalidade fetal deve ser cuidadoso nas pacientes com a doença moderada, grave ou crítica, em vista da constatação de maior morbimortalidade do concepto nestes casos;
– a via e o momento do parto têm indicação obstétrica e a cesárea como rotina não está indicada nestes casos;
– o aleitamento deve ser analisado de acordo com o quadro clínico.
A Confederação Nacional de Municípios (CNM) reforça a importância dos gestores locais fortalecerem a Vigilância em Saúde nos Municípios, o monitoramento e a detecção de casos suspeitos da doença. Os casos suspeitos de varíola causada pelo vírus Monkeypox devem ser notificados de forma imediata e comunicado às esferas do SUS no prazo de 24 horas, por se tratarem de eventos de saúde pública (ESP) conforme disposto na Portaria 1.102/2022.
Surto de varíola
No mundo, há mais de 19 mil casos confirmados em 76 países onde a doença não é endêmica e o surto de monkeypox é uma emergência de saúde pública de importância internacional. Segundo dados do informe da sala de situação do Ministério da Saúde, até 1º de agosto de 2022 há 1.474 casos confirmados da doença e uma morte no Brasil. Além disso, são 846 casos suspeitos.
São recomendadas ações para monitorar casos suspeitos e reforçar medidas de prevenção, como utilização de máscaras e higienização das mãos. Veja aqui quais são os principais sintomas e orientações sobre a doença.
Diante da quantidade insuficiente de doses de vacina, a OMS não recomenda a vacinação em massa da população em países não endêmicos da doença. Segundo o Ministério, a recomendação, até o momento, é somente para contatos com casos suspeitos e profissionais de saúde com alto risco ocupacional ao vírus.